Qualquer que seja o tipo de computador que se utiliza, o teclado é uma ferramenta essencial. No caso dos portáteis, o teclado não é uma preocupação tão grande, pois já faz parte do computador. No entanto, num desktop, escolher um teclado pode ser uma decisão complicada.
Quem procura um teclado novo, vai invariavelmente deparar-se com teclados mecânicos. Estes teclados podem ter um aspeto completamente comum ou ser extremamente extravagantes — mas, independentemente da sua aparência, existe uma coisa que vai saltar imediatamente à vista: a diferença de preço face a um teclado normal.
Tendo em conta o custo superior e o facto de, ao final do dia, não ser mais do que um teclado, a questão que se coloca é óbvia: vale a pena investir num teclado mecânico? Vamos descobrir…
Os diferentes tipos de teclado
Antes de saber se um teclado mecânico compensa o investimento, há primeiro que conhecer os dois principais tipos de teclado e em que é que se diferenciam.
Sem entrarmos em demasiados pormenores técnicos, o tipo de teclado mais comum é o teclado de membrana. Este tipo de teclado utiliza uma cúpula de borracha debaixo da tecla — quando a tecla é pressionada, essa cúpula de borracha completa um circuito e regista a tecla.
Estes teclados têm um baixo custo de produção, mas também têm algumas desvantagens significativas: as teclas oferecem pouco ou nenhum feedback, desgastam-se rapidamente e tornam-se mais difíceis de pressionar. Além disso, um teclado de membrana pode permitir apenas que três ou quatro teclas sejam pressionadas em simultâneo. Este limite não existe nos teclados mecânicos.
Os teclados mecânicos funcionam de forma diferente. Estes tipos de teclados recorrem a um mecanismo físico que é ativado quando uma tecla é pressionada. O facto de ser uma peça mecânica que faz com que a tecla seja registada, oferece uma maior durabilidade e um maior feedback face aos teclados convencionais. Estas características podem diferir de teclado para teclado, mas já lá vamos…
Existem ainda os teclados mem-chanical, que são teclados de membrana “disfarçados” de teclado mecânico. Estes teclados tentam simular a sensação táctil de um teclado mecânico, mas continuam a ter todas as desvantagens de um teclado de membrana.
Os componentes de um teclado mecânico
Apesar de os teclados de membrana também poderem ter as suas diferenças, essas diferenças são, por norma, maioritariamente estéticas — o formato pode variar, e até podem existir modelos com algumas teclas adicionais (botões para media, e por aí fora), no entanto, o funcionamento físico do teclado continua a ser o mesmo.
Já nos teclados mecânicos, existem diferenças ao nível físico. Estas diferenças têm base nos componentes do próprio teclado e oferecem experiências distintas aos utilizadores.
Os switches
Os switches são o componente essencial de um teclado mecânico, sendo responsáveis pela sensação de toque e pela experiência de digitação. São compostos por uma mola e uma haste — quando a tecla é pressionada, a mola é comprimida e a haste é libertada, podendo assim completar o circuito elétrico. Uma vez solta a tecla, a mola volta a estar em repouso e recolhe a haste, terminando o circuito.
Existem vários tipos de switches, com pequenas diferenças de design que resultam numa experiência de digitação diferente. Nos anos 80, a Cherry fabricava exclusivamente switches (as Cherry MX) e diferenciava os diferentes tipos de switch através da sua cor. A nomenclatura tornou-se tão popular, que hoje em dia continua a ser utilizada tanto para os switches da Cherry como para os dos outros fabricantes.
Os switches mais conhecidos são:
- Blue — Estes switches têm um clique audível e um bom nível de feedback táctil. Funcionam mesmo quando a tecla não é premida até ao fundo e é ideal para quem passa muito tempo a escrever no teclado.
- Red — Switches lineares com um feedback táctil leve e silencioso. São ideais para jogos pois permitem uma enorme rapidez.
- Brown — Uma sensação intermédia aos switches blue e red. Oferece uma sensação táctil forte, mas com menos ruído. É uma boa opção para quem alterna entre jogos e tarefas de produtividade.
Além destes três tipos existem muitos outros, como os black, os silver, os green e os white.
A placa de metal
Os teclados mecânicos podem ou não ter uma placa de metal entre os switches e o circuito. Esta placa oferece uma maior rigidez ao teclado e uma experiência de digitação mais sólida.
Os teclados mecânicos sem esta placa costumam ser de menor qualidade, o que resulta numa experiência menos fluída, pois as teclas têm um ressalto maior.
As teclas
As teclas, ou keycaps, são outro dos destaques dos teclados mecânicos. Uma das maiores vantagens deste tipo de teclados é que são altamente personalizáveis; como tal, trocar de keycaps é extremamente simples. Pode obter-se o visual pretendido ou teclas com uma sensação diferente sem ser necessário investir num teclado novo.
A maior parte das teclas dos teclados mecânicos são feitas ou de plástico ABS ou PBT. As de plástico ABS são mais baratas e oferecem uma sensação de toque mais macia, enquanto que as teclas de plástico PBT são mais duráveis e costumam ter algum tipo de textura.
Elementos de diferenciação
O tipo de switch não é o único fator de diferenciação num teclado mecânico. Ainda que seja um dos elementos mais importantes a considerar, a escolha de um teclado mecânico também deve ter algumas outras coisas em consideração.
Tamanho
Os teclados mecânicos vêm em diferentes tamanhos. Atualmente, os formatos mais populares de teclado mecânico são os seguintes:
- Full-size (100%) — Estes teclados têm o tamanho normal e têm todas as teclas, 104 ou 105, dependendo do layout (ANSI ou ISO).
- Tenkeyless ou TKL (80 ou 87%) — Estes teclados têm o tamanho idêntico a um teclado full-size, mas sem o numpad.
- 75% — Os teclados 75% não eliminam muitas mais teclas que um TKL, mas não deixam quase nenhum espaço livre no teclado. Nestes teclados, as teclas podem estar mais próximas do que o habitual, mas estão lá.
- 60% — Estes teclados deixam apenas as letras, os números e pouco mais. Não há setas, nem Fs, e muito menos page up ou page down. Por norma, essas funções podem ser acedidas através de macros, mas as teclas não estão presentes.
Ruído
Outro elemento a ter em conta quando se compra um teclado mecânico é o nível de ruído. Alguns switches, como os blues, podem fazer demasiado barulho. Ainda que o barulho seja satisfatório para o utilizador, os outros elementos lá de casa ou do escritório provavelmente vão queixar-se.
Switches brown ou red oferecem uma experiência mais silenciosa e mais suportável para a vizinhança.
Os prós e os contras de um teclado mecânico
Já estabelecemos que os teclados mecânicos são melhores do que um teclado de membrana. Mas será que compensa o investimento? Quais os prós e os contras?
Prós de um teclado mecânico:
- Experiência de digitação mais fluída e mais rápida
- Feedback tátil (e audível)
- Mais durável
- Altamente personalizável
Contras:
- Mais dispendioso
- O ruído de alguns switches pode ser incómodo
- Mais pesado do que um teclado normal
A nosso ver, os prós são sem dúvida superiores aos contras. À pergunta se compensa investir num teclado mecânico, a nossa resposta é evidente: sim. O teclado e o rato são o nosso modo de interagir com o computador, e convém que essa experiência seja fluída e agradável — de que vale ter um computador poderosíssimo se utilizamos ratos e teclados de baixa-qualidade?
Além disso, os teclados mecânicos já não têm um custo tão proibitivo como antes. Ainda que sejam relativamente mais caros do que um teclado de membrana, o preço acaba por ser insignificante face à melhoria da qualidade de digitação.
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